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terça-feira, 24 de novembro de 2009

The Powers that Be want us to be passive observers.

domingo, 7 de dezembro de 2008

O chicote da moral

Friedrich Nietzsche, em sua Genealogia da moral, afirma que o homem moderno é um animal adestrado por meio de diversos códigos de conduta, entre eles a moral. Tais leis foram desenvolvidas tendo em vista a estabilidadee crescimento da colônia. A implementação  de tais padrões de comportamento na vida dos cidadões se dá, como em qualquer condicionamento, através de punições dirigidas a transgressores de determinadas normas , ou privilégios, menos comuns, aos seguidores de um determinado padrão comportamental considerado positivo pelo Status Quo
Nos primórdios da humanidade não existiam os conceitos de Bem e Mal da forma como os consideramos atualmente. O ser humano concentrava seus esforços em sua própria sobrevivência, na da sua família (por razões evolutivas) e, eventualmente, na da sua tribo. Tais protótipos de comunidades possuíam seus próprios códigos de conduta, assim como punições para transgressores, adaptados às suas necessidades específicas. Eventualmente, com a organização das sociedades em vilas, aldeias, reinos, cidades-estado, feudos, nações, etc..., as normas de conduta cresceram em número e complexidade, enquanto o comportamento individual se adaptava de maneira a evitar as diferentes punições em voga. 
Assim, vemos que uma comunidade funcional de indivíduos depende de uma certa previsibilidade no comportamento da massa de seus constituintes, previsibilidade esta garantida ao longa da história por meio de diferentes punições que, como a dor causada pelo chicote de um adestrador, tendem a causar um efeito maior na memória do adestrado do que estímulos positivos. 

terça-feira, 15 de julho de 2008

O Pássaro e o Espelho

Ah... o amor!


Esta incrível necessidade que temos em projetar nós mesmos em outro ser.
Como um Narciso em sua procura desesperada por um límpido e reflexivo lago onde ele possa enxergar aquilo que há de melhor nele mesmo.
O ódio despertado pela visão de horroridades que não gostaríamos nunca de ver.
Como uma Medusa que evita espelhos temendo a petrificação.


O que nos move em tão desesperada ventura ?

Um reles ego que procura sem cessar se inflamar até explodir em um milhão de infinitesimais fragmentos ?

Ou, quem sabe, seja o mesmo sentimento que faz um pássaro engaiolado desatar alegremente em lindos cantos ao avistar o espelho da cozinha ?

Sonhos de liberdade ?

Alívio da solidão ?

A perspectiva de compaixão ?

Quem sabe ?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A mulher do mitômano

- Foi mal Marcão, não vou poder ir ao jogo com vocês. Peguei uma gripe ferrada, vou ficar de cama. - Ao dizer tais palavras ao telefone, Roberto observou o ar gélido que Alice dirigiu em sua direção. Um par de olhos claros, penetrantes, que agilmente se levantaram do grosso volume de psicologia para o fitarem em evidente tom de reprovação. Desviou rapidamente o olhar enquanto se despedia do amigo. Se virou para a esposa, após retornar o fone ao gancho, com a certeza de que aqueles olhos ainda estavam voltados para a sua pessoa com uma temperatura que arrepiaria os pêlos da nuca de um esquimó.
- O que foi ?
- Nada. - O olhar glacial retornou ao livro num piscar de olhos.
- Alice, eu te conheço muito bem. Você estava com o olhar zero absoluto de novo.
- Se você me conhece tão bem, nem preciso dizer o que penso, não é mesmo ? Gostaria de conseguir esconder meus pensamentos de você do mesmo jeito que você esconde uma "gripe ferrada" de mim.
- Mas Alice, eu já disse que não sou mitômano! - Roberto contou, mentalmente e rapidamente, até dez. Sempre tinha que se esforçar para controlar sua raiva quando Alice dirigia seu afiado sarcasmo em sua direção. - Achei que você queria ir ao cinema comigo.
- Receio que não vamos poder. Melhor ficarmos em casa, eu faço um chá e ficamos a noite inteira debaixo das cobertas assistindo algum programa no Discovery Channel, que tal ? - Alice ostentava um leve e discreto sorriso que durou exato um segundo e meio.
- Alice, eu não estou gripado ! - Ele sabia que entregava numa bandeja prateada o tão esperado prêmio de Alice: sua confissão.
- Ora, quer dizer que você mentiu para o seu bom amigo Marcão ? Achei ter ouvido algo sobre você não ser nenhum mitônamo. Ah, mas que bobagem a minha. Nada mais natural para um mitônamo dizer que NÃO é um mitônamo. - novo sorriso.
- Alice, quantas vezes vamos bater na mesma tecla ? Já conversamos sobre o papel da mentira na nossa sociedade como um apaziguador social, como uma ferramenta indispensável na aparação das arestas dos conflitos sociais. Como algo ao qual cedo ou tarde precisamos recorrer para evitar certos tipos de constrangimento.
Alguns segundos se passaram, Alice respirou profundamente e relatou a história de um primo seu que era mitômano. Descreveu como ele se utilizava de mentiras e fantasias, desde criança, como uma forma de valorizar seu ego perante as pessoas. Com lágrimas nos olhos, diz que se arrepende de nunca ter conversado com ele sobre isso, principalmente depois de descobrir, um ano após seu suicídio, que depressão e tendências suicidas estão frequentemente associadas com mitomania. Não demorou muito tempo para Roberto telefonar ao seu amigo e contar o verdadeiro motivo que o impedia de ir ao jogo. Os olhos marejados de emoção de Alice possuíam um efeito maior sobre ele do que os gélidos, e ela sabia disso. Não pôde deixar de conter um sorriso, enquanto secava seus olhos no espelho do banheiro, ao pensar na ironia que era tentar curar um mitômano se utilizando de uma mentira deslavada. Era como tentar curar um fumante crônico soprando fumaça em sua cara, ela sabia, mas nunca havia tido nenhum suicida em sua família e não estava disposta a começar a ter.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Auto Ajuda

Ele não queria ver ninguém. Não queria falar com ninguém. E, sobretudo, não queria que ninguém viesse falar com ele. Se afundar num poço de autopiedade, essa era a única vontade dele.

Ligou para os amigos e disse que ia poder jogar pelada hoje, teria que ficar com a namorada. Ligou para a namorada e disse que não poderia vê-la, tinha que estudar. Disse para os pais que não se sentia bem e pediu que ninguém o incomodasse. Se fechou no quarto, trancou os livros no ármario e mergulhou num profundo ostracismo.

Ei cara, sai dessa. Vamos jogar uma peladinha, nos distrair um pouco.

Não, não quero.

Liga pra Helena então, ela vai te fazer ficar melhor.

Não enche ! Me deixa em paz.

É, ele tá mal cara. Ta afundando na areia movediça. Tenta você alguma coisa.

E aí cara, o que tá rolando ?

Você sabe o que tá rolando.

Eu sei, mas você sabe ?

Eu falhei porra ! Sou um inútil.

Você não é um inútil, você sabe disso.

Correção: Até ontem eu não era um inútil, ou ao menos eu achava que não era. Mas as coisas mudaram.

Ah é ? Mudaram é ? Por quê ?

Já disse porra ! Eu falhei.

Você tropeçou num obstáculo, isso é verdade. Meteu a cara no chão, deu uma topada numa maldita pedra Drummoniana. Mas corredores não deixam de serem corredores ao levarem um tombinho.

Corredores não deveriam tropeçar e cair.

É aí que você se engana ! Corredores trompeçam sim. Aliás, precisam tropeçar. Precisam conhecer seus limites, suas habilidades, suas qualidades e defeitos, enfim, suas limitações. Apenas assim podem elaborar um programa de treinamento cada vez mais eficiente, de maneira a superarem os obstáculos antes intransponíveis.

Talvez todo mundo esteja certo, talvez eu não sirva para correr. Talvez eu deva me contentar a caminhar o resto da vida, e ser feliz assim.

Pode ser, mas eu duvido. O seu sonho desde sempre foi correr. Como você espera ser feliz sem perseguir o seu sonho ?

E se esse sonho for uma idiotice ?

Você acha isso porque ainda tá com os ferimentos abertos. Todo mundo que corre atrás de um sonho está destinado a cair uma vez ou outra. Se sonhos fossem algo simples de serem alcançados não se chamariam sonhos, e sim meras vontades. Tentativa e erro meu caro. Não subestime o poder da tentativa seguida do erro seguida de uma nova tentativa. Isso é puro Darwinismo, se você pensar bem.

Não sei. Antigamente eu tinha muita fé na minha capacidade de alcançar meus sonhos. Mas hoje, hoje eu sinto o peso do mundo nas minhas costas. Sinto minhas forças se esvaindo.

Cara, quando você visualiza um sonho, você dificilmente se imagina caindo no meio do caminho. Você sempre imagina cada vitória, cada conquista, e esquece que numa guerra existem muitas derrotas também. É por meio das derrotas que nos tornamos mais fortes, pois são as derrotas que nos forçam a nos superarmos. Se você não caísse nenhuma vez em sua busca pelo sonho, tal sonho não teria tanto valor assim.

É... acho que isso até faz sentido.

Claro que faz ! Tudo o que você precisa agora é calma e treino para superar esse obstáculo que te derrubou. Não vai ser fácil, nem tampouco impossível. Superar a si mesmo é a constante sina do ser humano. Você não está sozinho neste barco.

Okay. Farei isso. Mas hoje eu preciso de um tempo isolado do mundo. Sabe, para me recuperar.

Agora que você parou de se automutilar creio que esse tempo lhe será útil. Deite, descanse, planeje, mas nada de cavar pra baixo. Quanto mais você cava, mais alto o obstáculo se torna e mais difícil será escalá-lo.

Pode deixar. Obrigado cara, você realmente me ajudou.

Conhece-te a ti mesmo meu caro. Lembre-se: uma vida sem derrotas é puro tédio e estagnação. Se você almeja voar alto, precisa estar preparado para eventuais tombinhos. Se você parar para pensar bem você vai concordar que voar sem cair, amar sem sofrer, viver sem lutar, tudo isso são puros exercícios de futilidade. Não te levam a lugar nenhum que você não esteve antes.


Depois de alguns minutos, ele dormia em paz em sua cama. Não se orgulhava de sua queda, mas não se sentia tão mal como antes. Tinha decidido lutar com todas as suas forças para se autosuperar. Seu sonho ainda estava lá, bem em cima dele, e algum dia ela alçaria vôo e o alcançaria. Mas, pela primeira vez depois de muito tempo, ele não estava mais com tanta pressa. Decidiu que iria, ao invés, curtir um pouco o caminho até lá, e até mesmo os tombos que ainda o esperavam.

Nossa cara, mandou bem hein ? Conseguiu animar o cara.

Pois é. Nada como um batepapo consigo mesmo para nos ajudar a enxergar através da neblina do fracasso.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Crying

Crying - Roy orbison

Roy: i was all right for a while
I could smile for a while
Kd: but i saw you last night
You held my hand so tight
When you stopped to say hello
Roy: you wished me well
You couldn't tell that
I've been crying over you,
Crying over you and you said "so long"
Left me standing all alone,
Alone and crying, crying, crying, crying
It's hard to understand
Kd: but the touch of your hand can start me crying

Roy: i thought that i was over you
But it's true, so true
I love you even more than i did before
But darling, what can i do?
For you don't love me
Kd: and i'll always be
Crying over you, crying over you

Roy: yes now you're gone
Both: and from this moment on, i'll be crying, crying, crying, crying
Yeah, crying, crying over you


Por que os seres humanos choram ? Não sou nenhum fisiologista, mas creio que eles possuem algum tipo de glândula especializada em liberar no olho alguma solução alérgica, talvez com grande quantidade de sal, que faz com que os olhos e rosto inchem e o processo de lavagem através de dutos lacrimais seja ativado, processo este tão útil para realizar a higiene de nossos globos oculares. Todos estão familiarizados com a capacidade de um bocejo de ativar tais glândulas.

Agora, por quais motivos um glandula especializada em irritar o olho surgiu na evolução do homem ?

Talvez, e isso é um grande talvez, ancestrais hominídeos tenham achado eficiente liberam suas emoções em forma de sal em seus olhos, de forma a pedir ajuda, abrigo, protecao, conforto,etc... de seu companheiros através das lágrimas proferidas.


O que me faz pensar em outra coisa. A chuva é um fenômeno atmosférico que também tem muita importância para a manutenção da Biosfera.

Agora... quando acontece algo que não deveria acontecer naturalmente, algo causado pelo homem, como por exemplo o aquecimento global, furo na camada de ozônio, derretimento das calotas polares.... Fenômenos atmosféricos são alterados. Chuvas se tornam mais frequentes em certo lugares....E mais periogosas.... Seria a forma da natureza de "liberar suas emoções" e pedir "ajuda, abrigo, proteção, conforto, etc..." ?



A-Ha - Crying In The Rain

I'll never let you see
The way my broken heart is hurting me
I've got my pride and I know how to hide
All my sorrow and pain
I'll do my crying in the rain

If I wait for stormy skies
You won't know the rain from the tears in my eyes
You'll never know that I still love you so
Though the heartaches remain
I'll do my crying in the rain

Raindrops falling from heaven
Could never take away my misery
But since we're not together
I'll "pray" for stormy weather
To hide these tears I hope you'll never see

Someday when my crying's done
I'm gonna wear a smile and walk in the sun
I may be a fool
But till then, darling, you'll never see me complain
I'll do my crying in the rain

Since we're not together
I'll pray for stormy weather
to hide these tears
I hope you'll never see

Someday when my crying's done
I'm gonna wear a smile and walk in the sun
I may be a fool
But till then, darling, you'll never see me complain
I'll do my crying in the rain
I'll do my crying in the rain
I'll do my crying in the rain