domingo, 7 de dezembro de 2008

O chicote da moral

Friedrich Nietzsche, em sua Genealogia da moral, afirma que o homem moderno é um animal adestrado por meio de diversos códigos de conduta, entre eles a moral. Tais leis foram desenvolvidas tendo em vista a estabilidadee crescimento da colônia. A implementação  de tais padrões de comportamento na vida dos cidadões se dá, como em qualquer condicionamento, através de punições dirigidas a transgressores de determinadas normas , ou privilégios, menos comuns, aos seguidores de um determinado padrão comportamental considerado positivo pelo Status Quo
Nos primórdios da humanidade não existiam os conceitos de Bem e Mal da forma como os consideramos atualmente. O ser humano concentrava seus esforços em sua própria sobrevivência, na da sua família (por razões evolutivas) e, eventualmente, na da sua tribo. Tais protótipos de comunidades possuíam seus próprios códigos de conduta, assim como punições para transgressores, adaptados às suas necessidades específicas. Eventualmente, com a organização das sociedades em vilas, aldeias, reinos, cidades-estado, feudos, nações, etc..., as normas de conduta cresceram em número e complexidade, enquanto o comportamento individual se adaptava de maneira a evitar as diferentes punições em voga. 
Assim, vemos que uma comunidade funcional de indivíduos depende de uma certa previsibilidade no comportamento da massa de seus constituintes, previsibilidade esta garantida ao longa da história por meio de diferentes punições que, como a dor causada pelo chicote de um adestrador, tendem a causar um efeito maior na memória do adestrado do que estímulos positivos. 

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