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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

O Papel do Espírito Criador

A felicidade, os momentos felizes, os prazeres que motivam as ações dos seres vivos, em particular do homem, são, em sua essência, algo passageiro, fugaz e subjetivo. Recompensas biológicas frutos de uma complexa conexão entre o ambiente e o indivíduo. O que para um indivíduo se torna algo essencial, algo que ele deve concentrar todas as suas forças em obter, traz pra ele um prazer intenso ao ser obtido. Ao mesmo tempo, para um segundo indivíduo tal conquista pode ser algo a ser encarado de maneira completamente indiferente. Suas motivações são outras. Tal sistema complexo de aspirações e recompensas torna possível a incrível diversidade e complexidade que encontramos nas atividades humanas.

Talvez por motivos evolutivos, o ser humano nunca encontra a satisfação plena de seus desejos. O circuito de recompensa que se forma em seu cérebro se deteriora com o tempo, fazendo com que a mesma atividade proporcione um prazer menor no dia seguinte. Tal fenômeno faz com que o ser humano tenha uma propensão natural à auto-superação, uma vez que, numa posição mais elevada, ele terá acesso a prazeres "maiores".

Podemos ter uma idéia melhor sobre tal processo analisando o estereótipo do "capitalista selvagem". Em seu subconsciente, ou mesmo no consciente, o capitalista sabe que um acúmulo maior de capital o trará, a princípio, prazeres mais intensos. A constante busca por capital é consequência do seu padrão de conforto e prazeres sempre crescentes. Como uma célula cancerígena se multiplicando indefinidamente e exigindo uma irrigação sanguínea cada vez maior, o capitalista não mede esforços para arrancar e dominar o capital alheio, aumentando a sua fonte de prazeres e, consequentemente, diminuindo a de outrem.

Por outro lado, existe uma alternativa ao imperativo pirata "Matar e pilhar". O indivíduo "criador" obtém sua recompensa de fontes internas ao invés de externas. No ato de criar ele, além da satisfação da criação em si obtém, como bônus, o prazer de estar contribuindo com algo para o resto do mundo. Enquanto o "capitalista selvagem" seca a fonte exterior, o "criador" a alimenta com suas atividades. Sob esse ponto de vista fica clara a importância do espírito criativo para a manutenção da sociedade. Uma sociedade que possuísse apenas espíritos cancerígenos ruiria rapidamente sob a tensão causada pelo acúmulo crescente de capitais.

Algumas perguntas merecem nossa atenção neste ponto. Como surge o espírito criativo ? Como estimular o processo criativo ? É possível transformar um espírito cancerígeno num espírito criador ?

Não responderei tais perguntas. Me limitarei a convidar o leitor a refletir sobre a natureza do fenômeno da criação. Ela não possui como alvo único a música, pintura, escultura, literatura, enfim, a arte em geral. O espírito criativo está presente também no surgimento de uma boa amizade, na educação consciente e preocupada de um filho, na manutenção de uma conversa produtiva, nas ações de um cidadão consciente e preocupado, enfim, em todas as atividades humanas que sejam uma fonte, tanto interna quanto externa, de prazer e satisfação. A cura para o câncer da humanidade depende fortemente da disseminação de tais atitudes criadoras pelo globo, tanto nas regiões possuidoras de tumores quanto naquelas possuidoras de sequíssimas fontes, que se alastram num ritmo mais avassalador que as cancerígenas.





I can´t get no satisfaction

(m. jagger/k. richards)

I can't get no satisfaction
I can't get no satisfaction
'cause i try and i try and i try and i try
I can't get no, i can't get no

When i'm drivin' in my car
And that man comes on the radio
He's tellin' me more and more
About some useless information
Supposed to fire my imagination
I can't get no, oh no no no
Hey hey hey, that's what i say

I can't get no satisfaction
I can't get no satisfaction
'cause i try and i try and i try and i try
I can't get no, i can't get no

When i'm watchin' my tv
And that man comes on to tell me
How white my shirts can be
But he can't be a man 'cause he doesn't smoke
The same cigarrettes as me
I can't get no, oh no no no
Hey hey hey, that's what i say

I can't get no satisfaction
I can't get no girl reaction
'cause i try and i try and i try and i try
I can't get no, i can't get no

When i'm ridin' round the world
And i'm doin' this and i'm signing that
And i'm tryin' to make some girl
Who tells me baby better come back later next week
'cause you see i'm on losing streak
I can't get no, oh no no no
Hey hey hey, that's what i say

I can't get no, i can't get no
I can't get no satisfaction
No satisfaction, no satisfaction, no satisfaction

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Like a Rolling Stone

Hoje estava observando um morador de rua carregando um monte imenso de lixo num carrinho de madeira. Fiquei me questionando sobre os seus motivos, e cheguei à conclusão de que ele iria vender a "mercadoria" para algum ferro-velho, ou coisa que o valha. As conclusões que cheguei desta hipótese são a base do recente post.

Talvez a serviço de coleta de lixo esteja querendo economizar uns trocados e, visando isso, começou a oferecer uma pequena e simbólica remuneração para quem saísse por aí fazendo o serviço dos lixeiros profissionais. E existe uma ampla classe de marginalizados que faria muito mais que catar toneladas de lixo por ae para conseguirem a subsistência mínima.

Assim, acabamos de vislumbrar uma fórmula para conseguir mão de obra barata, quiçá escrava.
(um outro exemplo disso, mais sutil talvez, seria o recente cargo de guardadores de carros, cada vez mais em alta perante a classe escrava)

Agora a pergunta que me deixa com medo é: Serão somente os mendigos, sem-teto e marginalizados que sofrem este processo de escravidão ? Quantas coisas você faz pela sua subsistência que podem ser encaixadas na mesma categoria de sub-catadores-de-lixo ?

Será que atingiremos uma nova abolição da escravatura, quando todos os homens conquistarão o direito de correrem atrás de seus sonhos e atingirem a felicidade ? Ou continuaremos sendo chutados e rolaremos como pedras para um futuro incerto e tenebroso ?


Like a Rolling Stone - Bob Dylan


Once upon a time you dressed so fine
You threw the bums a dime in your prime, didn't you?
People'd call, say, "Beware doll, you're bound to fall"
You thought they were all kiddin' you
You used to laugh about
Everybody that was hangin' out
Now you don't talk so loud
Now you don't seem so proud
About having to be scrounging for your next meal.

How does it feel
How does it feel
To be without a home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

You've gone to the finest school all right, Miss Lonely
But you know you only used to get juiced in it
And nobody has ever taught you how to live on the street
And now you find out you're gonna have to get used to it
You said you'd never compromise
With the mystery tramp, but now you realize
He's not selling any alibis
As you stare into the vacuum of his eyes
And ask him do you want to make a deal?

How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

You never turned around to see the frowns on the jugglers and the clowns
When they all come down and did tricks for you
You never understood that it ain't no good
You shouldn't let other people get your kicks for you
You used to ride on the chrome horse with your diplomat
Who carried on his shoulder a Siamese cat
Ain't it hard when you discover that
He really wasn't where it's at
After he took from you everything he could steal.

How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?

Princess on the steeple and all the pretty people
They're drinkin', thinkin' that they got it made
Exchanging all kinds of precious gifts and things
But you'd better lift your diamond ring, you'd better pawn it babe
You used to be so amused
At Napoleon in rags and the language that he used
Go to him now, he calls you, you can't refuse
When you got nothing, you got nothing to lose
You're invisible now, you got no secrets to conceal.

How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?