sábado, 15 de setembro de 2007

The Dark Angel

- Você tá dando bandeira hein ?

- Oi ?

- Acabou de chegar no bar completamente embriagado - havia um ar de gozação no semblante da misteriosa mulher de preto - Dando a maior bandeira !

- He, he - ele sorria sem graça - sou culpado mesmo.

E a fascinante conversa, que começara de maneira tão brincalhona, tão pura, inocente e culpada, durou alguns minutos que cheiravam a eternidade. Ele ouvia prazerosamente ela descrevendo, de uma maneira teatral, espontânea e divertida, como ela havia acabado de levar um "bolo". Ele, a sondando de maneira sutil e eficiente, pedia para ela avisá-lo se o seu encontro aparecesse e ela, misteriosamente e com classe, o confortava, dizendo que provavelmente não iria rolar nada com eles.
E mais e mais ele a conhecia e gostava da alma da misteriosa dama de preto. Nunca antes havia sentido um sintonia tão forte em tão pouco tempo. Mais de uma vez disfarçou com um riso amarelo a total assombro e falta de palavras que sentia em contemplar aquele anjo naquele bar. Um anjo que havia levado um bolo e colocado, de maneira aletória, em sua vida.
Quando ela começou a falar de destino, de coisas maiores que o ser humano, das invisíveis e inevitáveis forças que regiam a vida de todas as almas, ele sabia que o beijo não tardaria a aparecer, de uma forma natural, mágica, mística. Foi quando a tomava em seus braços que ele ouviu a frase seca:
- Eu preciso ir ao banheiro.
- Ao banheiro ?
- Sim, ao banheiro.
E era isso, ele nunca mais a viu. Provavelmente escapou pela janelinha de ventilação do banheiro feminimo. Ou talvez do masculino ? Não ousarei discutir sexo aqui, mas anjos definitivamente possuem intestinos!




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