segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A língua dos anjos caídos


Caçando javalis e implementando a roda, 
partindo em busca de fogo e guerreando com tribos rivais
o homem vem utilizando rabiscando nas paredes a a sua história.
Granidos, rabiscos, fonemas, símbolos gráficos, 
Heranças escondidas dos nossos ancestrais. 

Em torno dos fonemas, o pensamento amadurece. 
Sílbas, orações, cadeias de raciocínio florescem. 
Bhagavad Gita, Arte da Guerra, Kama Sutra, Alcorão.
Mapeando instruções, passando de mão em mão, 
a cultura acumulada de outras gerações. 

Linguagens técnicas, equações, códigos de computador
ajudam a moldar a era da informação. 
Num estalar de dedos, num bater de palmas, 
a Biblioteca de Alexandria invade a sua alma. 

Porém quando o ser mergulha fundo em sua alma, 
E é estraçalhado pelos tridentes de Lúcifer e sua corja, 
Toda a semântica, a gramática, a semiótica se cala, 
pois apenas a poesia pode expressar a dor que se aloja.

Um comentário:

Perséfone disse...

Esse é um poema de um mestre! A muito quero de dizer isto.
(ou talvez tenha dito naquela ocasião...)

Lendo-o, nem sei se os meus estão a tua altura. Contudo, procuro me dedicar a uma aprendizagem rápida.